Anna Maria Maiolino
Cuidado com a banalidade do mal, 2020. Obra criada pela artista para o projeto M.A.P.A. na mostra No Calor da Hora. 300 x 900 cm. Av. Salgado Filho - Em frente ao Hipermercado Carrefour Natal - Sentido Ponta Negra – Candelária.
“A frase "a banalidade do mal" já foi utilizada por mim em outros trabalhos e em entrevistas. Fui inspirada na leitura do livro: "Entre o passado e o futuro" de Hannah Arendt. A filósofa me comoveu ao ler um texto escrito por ela analisando o caso do nazista Adolf Eichmann em seu julgamento em 1961. Hannah disse que o mal pode ser algo comum, já que o acusado declarou ser apenas uma pessoa respeitosa à lei. Ele, que era o responsável pela logística estrutural do extermínio dos prisioneiros judeus, via sua função como parte de um sistema a que obedecia, considerando-se um bom patriota e perfeito obedecedor da lei. Ele era um ser humano indiferente ao sofrimento dos outros, incapaz de ter empatia e compaixão.”
- Anna Maria Maiolino
Nascida na Itália e naturalizada brasileira em 1968, Anna Maria Maiolino (Scalea, 1942) é uma das grandes referências da arte contemporânea do País. Sua prática, marcada pela multiplicidade de suportes, explora noções de subjetividade e identidade, que se traduzem em desenhos, esculturas, poesia, filmes, performances e instalações. Através da fragmentação e abstração, Maiolino apresenta uma obra rica em metáforas, que aludem e questionam a linguagem, a sexualidade, o desejo e o inconsciente. Estudou na Escolas de Belas Artes de Caracas e na do Rio de Janeiro. Suas obras fazem parte de importantes coleções particulares e institucionais, tais como: Reina Sofia (Madrid), MoMA (Nova York), Castello di Rivoli (Torino), Galleria Nazionale, (Roma), Blanton Museum da Universidade do Texas, e outros. No Brasil realiza inúmeras exposições individuais e coletivas. Participou de diversas Bienais Internacionais de São Paulo (1967, 1973, 1983, 1991, 1998 e 2010). Em 2019, a trajetória de Maiolino contou com duas grandes retrospectivas: na Whitechapel em Londres, e no Pavilhão de Arte Contemporânea em Milão. Vive e trabalha em São Paulo.
“The quote "the banality of evil" has already been used by me in other works and in interviews. I was inspired by reading the book: "Between Past and Future" by Hannah Arendt. The philosopher moved me when reading a text she wrote analyzing the trail of Nazi Adolf Eichmann in 1961. Hannah said that evil can be something common, since the accused declared that he was just a law-abiding person. He, who was responsible for the structural logistics of the extermination of Jewish prisoners, saw his role as part of a system he obeyed, considering himself a good patriot and perfect law-abiding citizen. He was a human being indifferent to the suffering of others, incapable of empathy and compassion.”
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Anna Maria Maiolino
Born in Italy and nationalized Brazilian in 1968, Anna Maria Maiolino (Scalea, 1942) is one of the great references of contemporary art in the country. Her practice explores notions of subjectivity and identity, which are translated into drawings, sculptures, poetry, films, performances and installations. Through fragmentation and abstraction, Maiolino presents a body of work rich in metaphors, which allude and question language, sexuality, desire and the unconscious. Maiolino studied at the Schools of Fine Arts in Caracas and in Rio de Janeiro. Her works are part of important private and institutional collections, such as: Reina Sofia (Madrid), MoMA (New York), Castello di Rivoli (Torino), Galleria Nazionale, (Rome), Blanton Museum of the University of Texas, and others. In Brazil, has had many solo and group shows, participating in several São Paulo International Biennials (1967, 1973, 1983, 1991, 1998 and 2010). In 2019, Maiolino's career featured two major retrospectives: at Whitechapel in London, and at the Contemporary Art Pavilion in Milan. Maiolino lives and works in São Paulo.