top of page
10-100.jpg

Carmézia Emiliano

Curitiba

Maloca do Japó (RR), 1960, vive e trabalha em Boa Vista

A Corrida da Massa, 2012

Localização: Bacacheri - Av. Paraná, 3600 Sentido Centro - Curitiba

"A corrida da massa é uma das memórias de infância da artista indígena Carmézia Emiliano. Aos 12 anos, ela assistiu, na Guiana, a essa espécie de competição entre os índígenas Macuxi. Trata-se de uma atividade realizada em festividades das aldeias, quando diferentes comunidades se reúnem, em celebrações.  O jogo está ligado ao feitio do caxiri, uma bebida fermentada à base de mandioca. Todos os processos de elaboração dessa bebida estão sob a responsabilidade das mulheres das aldeias – da colheita da mandioca ao acompanhamento das etapas de fermentação da bebida.  Na corrida, homens e mulheres possuem papeis diferenciados. O jogo envolve o emprego da massa de mandioca, subproduto do feitio do caxiri. Ao longo de uns duzentos metros, um grupo de homens das aldeias corre para tentar tocar um recipiente onde está o caxiri preparado. O papel da assistência é dificultar que o alcancem. Para tanto, as mulheres atirarão bolas de massa de mandioca contra os corredores, para dificultar a chegada deles ao caxiri. Os homens, por sua vez, tentarão suspender os participantes do chão. Se o conseguirem, os corredores serão excluídos da competição. Se, por acaso, um corredor tocar no recipiente da bebida, a corrida é dada como concluída e esse participante é nomeado vencedor dela. Segundo a tradição, se nenhum corredor conseguir tocar o recipiente de caxiri, a bebida ficará com um teor alcoólico alto e, se o conseguir, o teor ficará baixo. Durante o evento, a diversão é assegurada pela observação das estratégias dos corredores para evitar serem alcançados pelas bolas de massa de mandioca e das tentativas de suspendê-los do chão. Ao fim da corrida, toda a comunidade local e seus visitantes bebem caxiri  à vontade e dançam  Parixara  e  Tucui, duas danças ancestrais."

Carmézia Emiliano

bottom of page